Como realizar um bom projeto fotovoltaico

Ismael Chassot explica qual a importância de realizar um bom projeto fotovoltaico para garantir o funcionamento e a segurança da usina solar


Um dos primeiros passos para iniciar o processo de instalação de uma usina solar, é realização do projeto fotovoltaico. Ele é fundamental para garantir um bom funcionamento do sistema, evitando perdas na geração, e para trazer segurança.

Sem um bom projeto, você entregará ao cliente um produto/serviço sem a qualidade que ele espera. Além disso, acaba colocando em risco a integridade física de pessoas, pois alguns acidentes podem ocorrer, em decorrência de um mau dimensionamento e dos erros da instalação, uma vez que não houve a orientação adequada.

Convidamos o Ismael Chassot, gerente geral da Chassot Engenharia, para te explicar a como realizar um bom projeto fotovoltaico, levando qualidade e segurança para o seu cliente. Confira!

Qual a importância da realização do projeto fotovoltaico

Ismael Chassot afirma que a primeira coisa que o integrador deve entender, é a diferença entre um projeto elétrico e a homologação. O primeiro é um conjunto de informações, plantas e documentos que são necessários para a execução da usina. 

Já a homologação consiste em um processo burocrático, que visa informar a concessionária sobre a forma que você irá conectar aquela usina, de acordo com as regras estabelecidas por ela. 

Ele afirma ainda que a concessionária não olhará se você dimensionou corretamente o sistema, se os cabos utilizados estão de acordo com a norma técnica, se o disjuntor protegerá ou não a usina, etc. A homologação visa garantir que você conectará a usina, ela não é o projeto completo. 

A importância de realiza um projeto elétrico é evidente, pois estamos falando de engenharia e eletricidade. Portanto, isso é algo que precisa ser tratado com cuidado e atenção. Alguns dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (ABRACOPEL), mostram os riscos de se trabalhar com eletricidade. 

Sistemas fotovoltaicos trabalham com níveis de tensão um pouco acima do que eletricistas prediais e residenciais estão acostumados. Podem chegar até 1000 volts, sendo uma descarga que pode matar facilmente alguém.

Trabalhar com um projeto elétrico, atendendo as normas técnicas, te garante mais segurança. Isso é importante para que o sistema funcione do jeito que o cliente quer, bem como, para que ele não pegue fogo. Incêndios em instalações elétricas, são os casos mais grave em termos de acidentes que não envolvem diretamente vidas. 

Além disso, é preciso haver segurança para quem opera e instala. Nesses casos, o risco mais evidente é o de choque elétrico. Em suma, as grandes áreas que precisam ser observadas em um projeto são: a qualidade de que aquela usina irá produzir, que será conectada adequadamente e produzirá da maneira como o cliente espera; e a segurança.

Um bom profissional projetista tem que observar isso e entender o que funciona. Bem como, é fundamental ter um conhecimento técnico para executar aquilo que foi projetado. O projeto é a base de tudo e o dimensionamento é a base de um projeto fotovoltaico bem feito.

Quais são as dicas para realizar um projeto fotovoltaico de qualidade?

Para que um projeto tenha qualidade, ele precisa ser bem dimensionado do projeto, na visão de Ismael. Ele afirma que é no dimensionamento que você determina qual será o tamanho daquela usina. 

“As boas práticas de engenharia têm normas que precisam serem seguidas, que visam proteção e cálculo de dimensionamento de cabos. O dimensionamento em si vai muito da experiência e do conhecimento técnico do projetista. A grande variável de um bom dimensionamento são as perdas”, afirma Ismael Chassot.

A dica do diretor da Chassot é para que o integrador entenda o que afeta o rendimento de cada projeto. Um sistema residencial instalado em telhado, sem sombra, produzirá de uma forma. Já a usina em solo, irá produzir de outra. 

O sombreamento é um fator que afeta e que é mais difícil de saber se irá ocorrer, precisando de software para chegar a essa informação. Entender bem de dimensionamento vai te garantir que, se você seguir as normas, que terá bom projeto.  

Problemas que podem surgir, na falta de um projeto de qualidade

Para Ismael, o principal problema pode ser o sistema não produzir como integrador prometeu. É um erro fazer a associação de módulos de alta corrente com inversores que não irão suportá-la. Embora “funcione” e o inversor não queime, não haverá a entrega daquela potência esperada, que fica limitada. 

Muitos integradores confiam cegamente nos equipamentos que montam o kit fotovoltaico. Então, ele pensa que o distribuidor pensou em todos os problemas possíveis e imagináveis que poderiam acontecer, mas isso não é verdade. 

Isso não é possível, porque o distribuidor não sabe em qual telhado o sistema será instalado, qual a orientação, etc. O integrador terceiriza isso, e pode ter problemas, porque ele comprou um kit que não funcionará e que poderia ser configurado de uma forma diferente. 

Se você projeta, instala e entrega para o cliente um projeto que não funciona, a responsabilidade é sua. Portanto, o principal problema é a associação de equipamentos incompatíveis, baseado exclusivamente no que está na plataforma do distribuidor ou até mesmo no kit fechado. 

Outro problema diz respeito a questões de segurança, ou seja, os riscos e acidentes como, por exemplo, o risco de incêndios dvido à associação incorreta de módulos. A NBR 16.690 diz que é necessário usar proteção contra a sobrecorrente. Muitas instalações não estão obedecendo a essa norma e isso põe o sistema em risco. Com uma sobrecorrente que não terá proteção alguma, o módulo pode incendiar.

Também é importante atendar para os sistemas que estão “prontos para voar”. Isso não diz respeito tanto a parte elétrica, mas à mecânica. É possível perceber quando o sistema está em risco de decolar, por questões de orientação e inclinações absurdas. No Sul do Brasil, que a região que mais tem vento no Brasil, esse risco acabando aumentando. 

O que o integrador deve atentar na hora de realizar um projeto

O principal ponto que ele deve atentar é para o kit fotovoltaico que ele está comprando. A Chassot adota, como boa prática, a realização da proposta comercial por meio do Excel, porque é possível dimensionar da maneira mais adequada, segundo Ismael. Todo kit fotovoltaico que é orçado com o distribuidor, é colocado em uma planilha para avaliar se ele, de fato, funciona.

É preciso sempre observar detalhes, porque depois que a proposta for enviada, o cliente não vai querer mudar o kit e aumentar o preço. E ele instalará um sistema errado e isso, portanto, apresentará problemas. O integrador vende um serviço de engenharia, que é uma solução personalizada. É possível otimizar processos, mas cada caso é um caso, e é preciso analisar.

Outro ponto importante é com relação à segurança, porque eletricidade é algo que exige cuidados. Esse é um ponto principal, que precisa ser reforçado. Além disso, é ncessário entregar um sistema que funcione.

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