Benefícios da importação de equipamentos para os integradores

Radamés Parmeggiani, diretor e fundador da Afianci, explica como funciona o processo de importação de equipamentos e quais os benefícios para o integrador.


importação de equipamentos

A maioria dos integradores brasileiros opta pela compra de equipamentos por meio dos distribuidores. Embora essa realidade seja viável para muitos empresários do setor solar, a importação direta de equipamentos também apresenta diversos benefícios.

Essa importação pode ser realizada diretamente pelo integrador, ou por meio de alguma assessoria especializada em comércio internacional. Ela apresenta vantagens, mas requer bastante responsabilidade e atenção. Radamés Parmeggiani, diretor e fundador da Afianci Global Networking, explica como funciona todo esse processo: 

Como funciona o processo de importação de equipamentos fotovoltaicos

Em um primeiro passo, a empresa precisa estar homologada para importar. No Brasil, existe o que chamamos de radar, que é um dos pré-requisitos para obter a licença de importação. Essa empresa nacional receberá essa licença da receita federal para poder operar com o comércio internacional. Ao obtê-la, estará apta a iniciar o contato direto com fabricantes internacionais.

Esse contato precisa ser bem feito. Existem diversas empresas no mundo inteiro, muitas boas e outras ruins. Portanto, é necessário que o integrador tenha esse cuidado, para contratar fabricantes internacionais com um grande porte e respaldo no mercado, bem como, uma boa estrutura. 

É importante ter uma assessoria como a Afianci, se possível, para realizar uma visitação ao local e se certificar de que realmente a empresa possui condições para atender o integrador.

Após realizar essa análise, é iniciado o processo de importação. O valor é repassado em dólares, o preço internacional e, com isso, o integrador consegue precificar o custo para que esse produto chegue ao Brasil. A operação é inciada com o pagamento do sinal da importação. 

Os fabricantes normalmente pedem 30% do pedido para produzir. Quando ele está pronto, o pagamento dos 70% é efetuado para o fabricante liberar para embarcação. Depois que essa mercadoria embarca, ela demora em torno de 40 dias para chegar, que é o trânsito de uma navio da Ásia para a costa da América. 

Quando esse navio chega a um porto brasileiro, é feito todo o processo de nacionalização da carga, onde o integrador tem que estar preparado para pagar o frete internacional, as taxas portuárias, e todos os impostos. Com isso feito, a carga é liberada e pode ser carregada para a entrega direto na obra ou na empresa do integrador. 

Tempo do processo de importação

As etapas da importação, do início ao fim, demoram em torno de 90 dias. Então, é importante que o integrador tenha a noção de que trabalhar com a importação exige uma programação maior, diferentemente de comprar do distribuidor, que já tem um produto a pronta-entrega.

A importação exige um controle de estoque, uma previsão de vendas e compras muito assertiva, para que ele consiga encaixar um fluxo de recebimento correto e não afete a programação de obras.

Quando o integrador possui uma assessoria como a Afianci, fica na responsabilidade dela cuidar de todo esse processo, como:

  • Negociação
  • Verificação na fábrica, com fotos e vídeos da carga. 
  • A documentação para efetuar o pagamento da maneira correta. 
  • Contratação do navio
  • Liberação da carga (por serem despachantes aduaneiros), com uma procuração para representar o integrador perante a Receita Federal brasileira.

Essa assessoria é importante, porque existe muita complexidade nas etapas da importação. E isso exige um preparo muito grande.

Benefícios da importação de equipamentos para os integradores

A partir do momento que a empresa começa a importar, ela se torna uma empresa internacional. Portanto, começa a ter linhas de créditos internacionais, que possuem taxas de juros mais competitivas lá fora do que no Brasil.

A empresa passa também a ter benefícios fiscais, em relação à importação desses equipamentos e, posteriormente, revenda deles nacionalizados aqui no Brasil.

Quando a empresa assume toda a responsabilidade da compra direta, ela passa a não necessitar de atravessadores. Com isso, pode oferecer um preço mais competitivo, que assume toda a responsabilidade da importação.

A média do custo da importação de equipamentos

Normalmente uma importação está dividida da seguinte forma: de 70% a 80% do custo da importação é relacionado ao produto. Ou seja, é o que você paga mesmo em dólares para o fabricante. O restante é com relação ao custo de trazer essa mercadoria, englobando:

  • Frete do navio
  • Impostos 
  • Taxas portuárias
  • Licenças 

A grosso modo, é essa variável que é repassada para os clientes.

Como o calendário chinês impacta nas importações

Há um impacto com relação a isso, porque a China segue um calendário diferente do Brasil, que é o lunar. O ano novo chinês não ocorre em 1º de janeiro. Essa data comemorativa varia de ano para ano, mas acontece geralmente entre janeiro e fevereiro. Contudo, esse é um período de férias no país, que dura em torno de 10 dias.

É importante compreender que durante esse tempo, existe uma nação de mais de 1.5 bilhões de pessoas parando suas atividades. Isso afeta bastante nas importações, que precisam ser bem prevista, porque todo esse engarrafamento de movimentação tende a atrasar os desembarques e a produção após o ano novo chinês.

O que Radamés recomenda aos clientes da Afianci, é que se preparem para fazer essas importações com, no mínimo, duas semanas de antecedência, até a metade de janeiro. Bem como, para começarem a importar duas semanas depois que essa movimentação do ano novo chinês passar. 

É o mais indicado para que o integrador não fique descoberto, sem material, em função dessa programação. Por isso, é sempre necessário saber mais sobre o calendário chinês. Essas são férias nacionais que param tudo.

Impactos de uma crise financeira e de inflações nas importações

Hoje o Brasil depende amplamente das importações para vários segmentos, principalmente os tecnológicos. É um país com características para ser um grande exportador de alimentos e produtos de base. Porém, não para ser uma grande indústria.

Se temos uma situação econômica que pressiona nossa moeda e, portanto, o dólar se torna mais caro para importar essa tecnologia, há um impacto na nossa economia interna. É o caso dos painéis solares. Hoje, o Brasil depende em mais de 90% da importação de equipamentos fotovoltaicos, como placas e inversores, por exemplo. 

Isso significa que se temos um dólar mais alto, todos pagam o preço, porque o produto para o consumidor final chega mais caro. O integrador, o distribuidor e toda a cadeia terão que repassar essa diferença cambial para o cliente final. É bem importante estar atento ao cenário global, para entender as projeções, porque isso impacta no setor de maneira severa.

Previsões de melhorias para a realização de importações

A notícia é boa, porque temos uma certa normalidade no mercado de importação. A pandemia, durante dois anos, causou um reflexo negativo com relação ao aumento do custo do frete, de combustível e vários outros relacionados à produção e importação.

Agora, após tanto sofrimento, as coisas começam a voltar ao normal. O preço do frete do navio da China para o Brasil é o menor dos últimos três anos. Ou seja, temos um momento muito positivo relacionado ao transporte internacional. 

O preço dos Watts das placas, que é o custo N°1 do projeto, tem caído lá na China. Portanto, após anos e anos de aumentos de custos relacionados aos equipamentos, finalmente temos uma perspectiva de redução.

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