Embora tenham a mesma finalidade, os microinversores e inversores de string possuem diferenças que precisam ser analisadas na hora da escolha para compor um sistema fotovoltaico
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Com uma tecnologia cada vez mais avançada, os microinversores vêm ganhando bastante espaço nos projetos de sistemas fotovoltaicos no Brasil. Diversos clientes passaram a optar por esse equipamento. Contudo, ainda restam algumas dúvidas sobre ele.
Embora o custo seja maior que o de um inversor de string, os microinversores apresentam menos perdas na geração de energia e maior segurança, por exemplo. As diferenças entre ambos passam por tamanho, eficiência, riscos, locais de instalação, monitoramento, garantia, etc.
Enquanto o primeiro suporta uma maior potência e, consequentemente, visa atender uma série de painéis, o segundo atende apenas a um grupo limitado de quatro placas. Convidamos o Pablo Fialho, fundador da Sunergy Energia Solar para esclarecer algumas dúvidas sobre os microinversores. Confira:
Qual a diferença entre inversores de string e microinversores
Muitos integradores ainda ficam na dúvida se devem ou não oferecer os microinversores, por não saberem a diferença entre eles e os inversores de string. Pablo explica que as aplicações de ambos são diferentes e que, portanto, os benefícios também são.
Entre as várias distinções, existe principalmente a segurança. Os microinversores surgiram em 2009 no Vale do Silício, exatamente para aperfeiçoar essa questão, individualizando e descentralizando a geração, bem como, a estética. Esse equipamento fica debaixo das placas no telhado.
A garantia também é diferente, pois a dos microinversores chega a ser cinco vezes maior (de 15 a 25 anos) que a dos inversores de string, que possuem de cinco ou sete anos. Isso traz mais segurança para o investimento.
São diversas funcionalidades que fazem com que a aplicação dos microinversores seja bastante eficaz, principalmente em áreas sombreadas. Isso é uma grande vantagem, pois onde há sombreamento, os microinversores descentralizam a geração. Não tem nada em série, é tudo em paralelo.
Há um avanço na tecnologia, e os microinversores vieram justamente para isso. Principalmente para mitigar problemas de segurança, mas além disso, trazendo várias aplicações e benefícios.
Quando escolher os microinversores ou o inversor de string
Os parâmetros de escolha precisam ser baseados em parâmetros técnicos. Com isso, para fazer essa escolha, são trazidas questões de segurança, técnicas, elétricas e de acordo com as normas vigentes.
Segurança
Quando a preocupação maior é com a segurança, a escolha ideal são microinversores. Mas além disso, vem as questões comerciais, a vista de investimento, como uma garantia maior.
Sombreamento
Outro ponto é que onde há áreas sombreadas, você pode descentralizar o sombreamento. Isso acaba trazendo mais vantagens sobre a geração.
Perda de geração
Quem tem microinversor não tem perda por mismatch, que é bastante conhecida entre os integradores, porque cada placa tem seu MPPT, e isso é muito positivo.
Hoje existem alguns microinversores que possuem um MPPT a cada dois módulos, mas a maioria deles contém um por placa. Isso individualiza a geração, e você consegue monitorar módulo a módulo.
Esses são parâmetros que fazem com que você consiga colocar na ponta do lápis e entender a escolha do microinversor. Muitos integradores sempre se preocupam, porque é mais caro (10% ou 15%). Contudo, Pablo afirma que quando entrou no mercado de MLPE, essa média era 25% mais cara e mesmo assim vendia.
Hoje a realidade é diferente, com essa diferença caindo até para 7% em alguns microinversores. Ele acredita que está havendo um nivelamento e que o Brasil está passando por essa transferência que já ocorreu nos Estados Unidos, por exemplo, há anos atrás. Ele afirma que boa parte dos sistemas residenciais instalados por lá são com o uso do microinversor.
Investimento
É importante fazer uma análise de investimento inicial para comprar um sistema fotovoltaico com inversor de string, que precisa de muita manutenção. Alguns inversores possuem de 8 a 10 anos de vida útil, ou até 12. O fato de necessitar de uma troca ao longo dos anos, já encarece ainda mais o sistema fotovoltaico para o cliente final. Isso pensando num payback no período de 25 anos.
Já os microinversores que possuem uma garantia de 25 anos, não têm troca. Eles são projetados para durar o mesmo período de tempo que o sistema fotovoltaico como um todo.
Essa troca faz com que o sistema com o inversor de parede fique mais caro. Esses pontos são abordados para fazer o consumidor compreender que ele está levando o melhor, com um maior custo-benefício.
Riscos ao escolher o equipamento inadequado para o sistema
Embora os últimos inversores a entrarem em linha tenham todo um aparato de segurança, ao fazer uma escolha por esse equipamento, ao invés do microinversor, é preciso entender que existem mais riscos. É uma questão técnica.
Isso não significa dizer que vai acontecer algum sinistro. Contudo, os riscos acabam sendo maiores. Em 2004, os incêndios ocorridos Itália fizeram com que cientistas desenvolvessem a tecnologia dos microinversores, aperfeiçoando as limitações de segurança do equipamento.
O estudo comprovou que os problemas, até então existentes, não eram gerados pelos engenheiros, instaladores ou pela empresa, e sim por essa limitação do equipamento em si.
Os microinversores vieram justamente para mitigar essa questão, acabando com problemas de corrente reversa, e melhorando a eficiência do sistema com relação à questão de sombreamento, etc.
Se hoje o cliente escolher pelo inversor de parede, precisa atentar para essas questões de segurança. E no caso de quem deseja expandir a usina, utilizando microinversores, isso é possível.
Como funciona o pós-venda para microinversor
O monitoramento de sistemas que utilizam microinversores é bem diferente dos que utilizam inversores de string, segundo Pablo.
No primeiro caso, quando se monitora placa por placa, é possível receber alertas que ajudam a entender o que está acontecendo com aquela placa em específico que apresentou alguma falha, por exemplo.
Isso ajuda a construir relatórios, para que os próprios fabricantes dos módulos possam ser contestados, caso a eficiência não chegue a 82% até o vigésimo quinto ano de funcionamento da usina. A perda de eficiência gira em torno de 0,3% a 0,7% a cada ano.
Esses diagnósticos de cada módulo são importantes para realização de um pós-venda eficiente. Outra questão é que muitos clientes podem expandir as suas usinas acrescentando microinversores.
Nesse caso, ele consegue entender que os módulos lado a lado, com o mesmo posicionamento, conseguem ter uma eficiência maior. Os microinversores são uma evolução tecnológica que agregam muito valor.