Guia completo para o integrador solar sobre como dimensionar sistemas BESS, focando em capacidade, eficiência, DoD e viabilidade em projetos de Geração Distribuída.

O mercado de energia brasileiro está passando por uma transformação importante. A combinação entre uma matriz majoritariamente renovável, a necessidade crescente de estabilidade e o avanço natural da geração distribuída coloca os sistemas de armazenamento de energia em baterias, conhecidos como BESS, como uma tecnologia que deve crescer rapidamente nos próximos anos.
Para muitos integradores, esta é a próxima fronteira de especialização e diferenciação no setor.
Embora o Brasil já tenha mais de 88% da sua geração baseada em fontes de baixo carbono, segundo o Balanço Energético Nacional, o sistema elétrico enfrenta desafios significativos por causa da intermitência das fontes renováveis.
Em momentos de forte geração eólica ou solar, parte das usinas precisa ser desligada para evitar sobrecargas (curtailment ou restrição de geração), o que resulta em perdas energéticas, imprevisibilidade e maior complexidade na operação.
Esse cenário evidencia a necessidade de mecanismos que aumentem a flexibilidade do sistema, e é justamente aqui que os BESS ganham força.
Segundo a Greener, o mercado de BESS registrou crescimento de 89% em 2024, consolidando-se como um dos segmentos de maior expansão no setor elétrico. As projeções indicam que o setor deve movimentar R$ 22,5 bilhões até 2030, com forte atração de capital nacional e internacional.
Embora o armazenamento em baterias ainda enfrente uma elevada carga tributária, com tributos respondendo por cerca de 79% do custo total de adesão, o potencial de economia e confiabilidade impulsiona a expansão. Marcio Takata, CEO da Greener, destaca que a expansão dos BESS é motivada pela busca por maior confiabilidade, redução de perdas e diminuição de custos com energia.
As aplicações residenciais, por exemplo, devem evoluir de maneira significativa nos próximos anos, com uma curva de redução de custos semelhante à observada no mercado fotovoltaico brasileiro.
Para o integrador solar, aqui surgem oportunidades valiosíssimas. Projetos para clientes do Grupo A, por exemplo, desbloqueiam economias significativas por meio do deslocamento de carga e da otimização tarifária. Quem domina BESS se antecipa ao mercado e se posiciona como consultor especializado em uma tecnologia de alto valor agregado.
O dimensionamento de um sistema BESS exige uma análise criteriosa de métricas que garantem a longevidade, o desempenho e a rentabilidade do investimento.
A definição da capacidade de armazenamento (em kWh) e da potência (em kW) é um requisito técnico crucial. É necessário realizar a coleta estruturada de dados do projeto, incluindo a curva de carga da Unidade Consumidora (UC) com dados de consumo de, no mínimo, um ano e resolução horária, o que pode ser obtido via memória de massa da concessionária. A funcionalidade a ser aplicada (como load shifting ou backup) influencia diretamente a capacidade e a potência que deverão ser consideradas no dimensionamento.
A Profundidade de Descarga (Depth of Discharge – DoD) é a porcentagem máxima da capacidade nominal da bateria que de fato é utilizável. Este fator é crítico para a vida útil e os custos:
A eficiência de ciclo completo (Round Trip Efficiency – RTE) é a relação entre a energia útil fornecida e a energia consumida para armazenar, sendo uma métrica crítica para avaliar o desempenho do sistema.
A otimização econômica visa alcançar o menor Custo Nivelado de Energia (Levelized Cost of Energy – LCOE), comparando o investimento inicial com os custos operacionais ao longo da vida útil do projeto e a energia gerada.
Um sistema muito pequeno pode não captar energia suficiente para fornecer os benefícios econômicos desejados, mas um sistema muito grande causa desperdício de capital e custos operacionais excessivos. O LCOE permite aperfeiçoar o dimensionamento do BESS com base em considerações econômicas, visando a rentabilidade do projeto.
A gestão eficiente do BESS é impossível sem um Energy Management System (EMS). O EMS, que atua como o centro de comando da planta elétrica, é vital para o integrador, pois permite o controle e a supervisão necessários para a otimização econômica.
Para o integrador solar, o SolarZ CRM ajuda a centralizar todos os dados de cada projeto, incluindo informações de consumo, cálculos de DoD e RTE, além das projeções financeiras (TIR, Payback), transformando a complexidade técnica em uma proposta de valor clara e assertiva para o cliente, garantindo a rastreabilidade e a transparência do serviço prestado.
O integrador que domina o BESS deve ir além da instalação. O sucesso do projeto está na capacidade de demonstrar ao cliente final que a solução técnica é, de fato, a mais rentável e segura.
Um estudo de viabilidade robusto, com dados originais e análises precisas, permite ao integrador não apenas vender um sistema, mas vender a segurança de um investimento lucrativo e a autoridade de um serviço especializado em uma área tão técnica.
A escolha do fornecedor é uma boa prática que impacta diretamente a viabilidade e a longevidade do projeto BESS. É crucial que o integrador considere:
Transforme a complexidade do dimensionamento BESS em propostas fluidas e lucrativas. O SolarZ CRM é a ferramenta ideal para você, integrador solar, centralizar todos os projetos e propostas, desde o cálculo técnico de capacidade e eficiência até o acompanhamento orçamentário e comercial, garantindo uma gestão eficaz e profissional.